Vespas podem conter o segredo para retardar o processo de envelhecimento, diz estudo

  • 02/08/2025
(Foto: Reprodução)
A vespa-joia tem ganhado destaque na ciência justamente por ter um sistema de metilação do DNA funcional Carlos Eduardo Quaresma/Acervo Pessoal Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Leicester, no Reino Unido, revelou que a vespa-joia (Nasonia vitripennis) — um inseto conhecido por seu brilho metálico — é capaz de retardar significativamente o envelhecimento biológico. O segredo está em uma espécie de “tempo limite” natural durante o desenvolvimento, que desacelera seu chamado "relógio epigenético" antes mesmo da fase adulta. Os resultados, publicados na prestigiada revista científica PNAS, mostram que as vespas que passaram por esse estado de pausa viveram mais e envelheceram mais lentamente, indicando que o ambiente pode influenciar diretamente o ritmo do envelhecimento — até mesmo antes do nascimento. Uma pausa que reprograma o tempo No experimento, os pesquisadores induziram um estado de dormência nas larvas das vespas ao expor suas mães ao frio e à escuridão. O processo, chamado diapausa, é semelhante à hibernação e retardou o desenvolvimento dos filhotes. Ao voltarem à atividade normal, essas vespas adultas apresentaram uma expectativa de vida 36% maior e um envelhecimento molecular 29% mais lento do que os insetos que não passaram pela diapausa. A desaceleração foi medida por meio do “relógio epigenético”, um dos marcadores mais precisos do envelhecimento biológico, baseado nas mudanças químicas no DNA — como a metilação — que se acumulam com o tempo. “É como se as vespas que fizeram uma pausa no início da vida voltassem com tempo extra no banco”, explica o professor Eamonn Mallon, especialista em Biologia Evolutiva e autor sênior do estudo. Implicações para a saúde humana A vespa-joia tem ganhado destaque na ciência justamente por ter um sistema de metilação do DNA funcional, assim como os humanos. Além disso, sua vida curta facilita experimentos sobre longevidade. O estudo também identificou alterações em vias metabólicas fundamentais, como aquelas ligadas à insulina e à detecção de nutrientes — as mesmas que vêm sendo investigadas em terapias anti-envelhecimento em humanos. Ou seja, embora o experimento tenha sido feito com insetos, os cientistas acreditam que ele pode lançar luz sobre mecanismos conservados ao longo da evolução. “Compreender como e por que o envelhecimento acontece é um grande desafio científico”, diz Mallon. “Este estudo abre novos caminhos para a pesquisa, não apenas na biologia das vespas, mas também na possibilidade de desenvolvermos intervenções que atuem diretamente nas raízes moleculares do envelhecimento.” “Dar um tempo” pode fazer diferença Embora outras espécies já tenham demonstrado a capacidade de reduzir o envelhecimento durante períodos de dormência, esta é a primeira evidência de que o efeito pode perdurar após o retorno ao estado ativo — inclusive influenciando diretamente no ritmo de envelhecimento do organismo. “Em suma, esta pequena vespa pode conter grandes respostas sobre como podemos dar uma pausa no envelhecimento”, concluiu o professor Mallon. Com as descobertas, a Nasonia vitripennis se consolida como uma nova estrela nos estudos sobre envelhecimento e pode ajudar cientistas a desenvolver estratégias para desacelerar o envelhecimento humano desde as fases iniciais da vida. Pesquisa revela que envelhecimento da população também é causado por fatores políticos

FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2025/08/02/vespas-podem-conter-o-segredo-para-retardar-o-processo-de-envelhecimento-diz-estudo.ghtml


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