Pai de amapaense vítima de feminicídio em SC luta por guarda das netas: 'nos tiraram a Clara e querem nos tirar as filhas dela'
30/04/2025
(Foto: Reprodução) Jadroelson Oliveira, disse que as netas após o acontecimento estavam sob cuidados dos avós paternos, família do assassino, em Criciúma. Ele afirma que tinha estabelecido com a família do homem que levaria as filhas de Clara de volta ao Amapá, mas os mesmos entraram na Justiça pela guarda das crianças. Luíza Clara, vítima de feminicídio, deixou duas filhas
Divulgação
Jadroelson Oliveira, pai de Luíza Clara, santanense de 19 anos morta pelo companheiro em Criciúma (SC), está lutando junto da família na Justiça pela guarda das netas, sendo as duas filhas que Clara deixou de 4 anos e a bebê recém-nascida. Gabriel Farias, autor do feminicídio e pai das crianças está preso e aguarda o julgamento.
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O pai de Clara disse ao g1 que esclareceu com a mãe e o padrasto do assassino, que moram em Criciúma e estavam cuidando das duas meninas após o crime cometido, que levariam as crianças de volta para o Amapá, após resolução da situação do corpo, de translado e velório.
Segundo Jadroelson, os pais de Gabriel, deixavam claro que não impediriam os avós maternos de levarem as crianças de volta para o estado onde a vítima nasceu e a família reside, mas a decisão foi mudada sem aviso prévio.
"Eles sempre diziam que quando marcássemos as passagens era só ir buscar elas e levar. O que percebemos era uma estratégia maldosa para nos fazer marcar a passagem e ir pro Amapá sem elas, porque justamente quando fizemos isso, um dia antes, eles moveram em Criciúma mesmo uma ação de guarda, o que nos impedia de levar as meninas até uma decisão do juiz", disse Oliveira.
Após a entrada da ação dos pais do assassino de Clara, Jadroelson decidiu constituir um advogado, mas teve dificuldades e acabou perdendo um voo para o Amapá, que tinha sido doado pela Prefeitura de Santana.
"Tentamos em plantão já que era final de semana, um despacho do juiz plantonista, essa juíza plantonista não aceitou se posicionar pois dizia que isso era matéria de juiz titular de família, sendo assim, perdemos o voo que havia sido doado pela prefeitura de Santana, que podemos até ter que reembolsar o dinheiro ao erário, e ficamos aqui pra esperar uma decisão. Ontem (28) não saiu e estamos esperando hoje (29) quem sabe", completou o pai da vítima.
Pai Jadroelson e a filha Clara
Reprodução/Internet
Sobre a partida de Luíza Clara
O pai de Clara disse que suas idas à Criciúma ganharam significados tristes, ao contrário de anteriormente, quando tinha buscado a filha ainda com vida para retornar ao município de Santana e morar perto da família, antes de sua segunda partida para a cidade catarinense na tentativa de manter seu núcleo familiar.
"Nós viemos pra Criciúma por dois motivos. Um, levar minha filha bem quando ainda estava com vida e depois levar ela pra ser velada e enterrada próximo dos que a amam. Dois, levar as meninas, filhas dela [...] Nossa intuito é ir de Santa Catarina com nossas meninas, último fruto da minha filha. Essa família já nos tirou a Clara agora querem nos tirar as filhas dela", disse o pai.
As informações divulgadas à princípio, eram de que Clara teria morrido em decorrência a um 'mata-leão' que sofreu de seu companheiro durante uma discussão. No entanto, o pai disse que ao visitar a filha internada no hospital, percebeu que a situação foi mais grave.
"Quando vimos ela em coma no hospital, ela possuía muitas lesões, nariz quebrado, parte superior do lábio estourado muito inchado, costas com marcas de vincos como se tivesse sido chicoteada por algo, olhos roxos, muitas lesões. O que descaracteriza esse "mata leão" somente, e torna as últimas horas da minha filha muito sofridas e cruéis por esse assassino monstruoso", finalizou o pai.
O corpo de Clara chegou ao Amapá na última quarta-feira (23). No aeroporto, a família prestou homenagens, assim como outras pessoas que se solidarizaram com o caso. O corpo foi velado no mesmo dia, no município de Santana, no cemitério municipal da cidade.
Familiares e amigos se despedem de Luiza Clara, amapaense vítima de feminicídio em SC
Relembre o caso
Luiza Clara Guedes, de 19 anos, natural de Santana (AP), morreu em decorrência ao golpe de estrangulamento conhecido como 'mata-leão' que sofreu do companheiro durante uma discussão na cidade de Criciúma (SC).
A vítima, que estava no puerpério, sofreu a agressão no domingo (13) passou 4 dias internada e teve a morte confirmada pela família na quinta-feira (17).
Segundo relatos do suspeito à polícia, ele imobilizou Clara durante uma briga na casa da mulher, no bairro do Cristo Redentor em Criciúma, por volta das 5h55.
A mulher caiu no chão já sem sinais vitais e o homem que a agrediu ligou para um familiar para pedir socorro e em seguida para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Ao chegar no local, a equipe se deparou com Luiza no chão da cozinha sem sinais vitais mas foi reanimada pelos profissionais e levada ao Hospital São José, na cidade. A vítima teve morte encefálica 4 dias após internada.
Amapaense é vítima de feminicídio em Criciúma (SC)
Redes Sociais/Reprodução
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