Estado de São Paulo registra novos caso de gripe aviária em três aves no Parque Ibirapuera, na Zona Sul da capital
05/07/2025
(Foto: Reprodução) Casos foram encontrados em três aves silvestres que são uma espécie de marreco, mas que não são habitantes do parque. Secretaria de Agricultura diz que não há risco para a população e nem necessidade de interdição do espaço. Gripe aviária no Parque do Ibirapuera
O governo de São Paulo afirmou nesta sexta-feira (4) ter encontrado novos casos de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade) em três aves silvestres no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista.
A gestão estadual afirma que não registrou, até o momento, nenhum caso da doença em humanos.
Segundo a Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), os casos foram encontrados em três aves silvestres Irerês (Dendrocygna viduata), uma espécie de marreco encontrado na África tropical, nas Antilhas e na América do Sul.
Os casos foram confirmados pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária. Em nota, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que as aves não são residentes do parque, por isso não existe a necessidade de fechamento do local, porque não há risco para população.
Aves silvestres migratórias.
Divulgação/SAA
“Diante do caso, a Defesa Agropecuária, em conjunto com a direção do parque e com a Prefeitura, irá intensificar as atividades de educação sanitária no local a fim de conscientizar a população acerca dos procedimentos que devem ser adotados para evitar a propagação da doença”, disse a SAA.
“Importante ressaltar que não há risco à população, nem impacto na produção avícola, e que o consumo de carne de aves e ovos é seguro”, completou.
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A Influenza Aviária é uma doença viral causada pelo Vírus de Influenza Tipo A. Esse vírus é identificado por subtipos, e tem como base as proteínas de superfície, sendo 16 subtipos de hemaglutininas (H) e 9 subtipos de neuraminidases (N).
Elas são classificadas como Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) ou Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (IABP).
De acordo com a secretaria, são mais suscetíveis à doença a maioria das aves domésticas e silvestres, especialmente as aquáticas.
“A maioria das aves silvestres, principalmente as aquáticas, patos e marrecos são reservatórios da doença, mas disseminam o vírus. O período de incubação da IAAP depende da dose infectante, via de exposição, espécie afetada e capacidade de detecção de sinais, podendo variar de algumas horas até 14 dias”, afirmou a pasta da Agricultura.
Vista do Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo.
Montagem/g1/Divulgação/Urbia
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1° caso do estado
Em 14 de junho, o estado de São Paulo registrou o primeiro caso de gripe aviária em 2025. O caso ocorreu em uma ave silvestre encontrada em Diadema com sintomas de letargia, dificuldade de voar, alterações respiratórias e neurológicas.
O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP) confirmou o resultado positivo de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, a gripe aviária, no final da tarde desta sexta-feira (13). A ave infectada trata-se de uma marreca-caneleira, espécie silvestre migratória, e não tem, portanto qualquer relação com granjas comerciais ou produção de alimentos, conforme o LFDA.
Exemplar de marreca-caneleira, ave em que foi registrada a primeira ocorrência de gripe aviária em SP em 2025
Trish Gussler
A ave foi isolada e examinada com colheita de amostras. A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento informou que, pelo fato de a doença ter sido identificada em ave silvestre, não haverá embargo nas exportações de carnes e ovos, e nem alteraçãono status sanitário de São Paulo e do Brasil perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
"O Governo de São Paulo garante que não há risco à população nem impacto na produção avícola, e que o consumo de carne de aves e ovos é seguro", informou a pasta, em nota. Em relação à hipótese de contágio, a Defesa Agropecuária afirmou não existirem estabelecimentos de comércio de aves em um raio de 10 quilômetros da ocorrência, e que serão realizadas ações de vigilância epidemiológica na área para identificar a possível ocorrência de mortalidade ou sintomas em aves.
Cuidados
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A secretaria reiterou que o consumo de aves e ovos não transmite a doença e fez um apelo para que a população não toque em aves que possam apresentar os sinais clínicos como os relatados no início deste texto, uma vez que a infecção humana ocorre principalmente por contato direto com aves infectadas.
Já a Secretaria de Estado da Saúde informou que acompanha, em conjunto com as secretarias de Agricultura e Abastecimento, e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, o cenário da gripe aviária no estado. A pasta disse ter elaborado um plano de contingência para coordenar ações de enfrentamento em casos de influenza aviária em humanos e que realiza o monitoramento das pessoas envolvidas na notificação do caso.
Em caso de suspeitas, a notificação deve ser feita nos canais de comunicação da Defesa Agropecuária do Estado.